quarta-feira, 11 de setembro de 2013

As Ovelhas sem pastor.


“E, vendo (Jesus) as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não tem pastor”
Mateus 9. 36.

Analisando o contexto desta passagem bíblica vamos observar como era intenso ministério do Senhor Jesus Cristo.

No verso trinta e cinco, que é o verso anterior ao texto da nossa consideração, podemos observar como o Senhor era ativo durante os seus três anos de ministério. Ele percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias do povo. O evangelista Marcos menciona que os seus familiares achavam que Ele estava fora de si, pois, o Senhor Jesus e os discípulos não tinham tempo nem para comer pão, devido ao seu intenso trabalho.

Embora o estudo sobre o método de trabalho do Senhor Jesus Cristo seja muito instrutivo para nós. Não será este o foco da nossa consideração. O meu desejo nestas meditações não é tratarmos do impressionante, e intenso ministério do Senhor Jesus Cristo. Mas sim, convidar a você, meu prezado leitor, para pensarmos na maneira como Ele viu aquelas pessoas, e de como Ele vê a humanidade, de como Ele vê eu e você. Pois o Senhor Jesus é o mesmo ontem, hoje e será para todo sempre, (Hebreus 13.8).


I. O Senhor Jesus viu as multidões.


O Senhor Jesus não viu algumas poucas pessoas, Ele viu multidões. Ou seja, um numero incalculável de pessoas. Multidões nas cidades e aldeias que percorria multidões que se reuniam para ouvir os seus ensinos todos os sábados nas sinagogas, multidões para quem Ele incessantemente pregava o evangelho do reino.

Mas o Senhor Jesus não só viu aquelas multidões dos seus dias, mas Ele ainda vê as inúmeras multidões dos nossos dias.

As multidões das grandes metrópoles, da zona rural, das selvas, dos nômades dos desertos, das regiões geladas, dos bairros nobres, das periferias, das sarjetas, e etc.

Ele vê as multidões de pessoas que se reúnem nos seus salões religiosos, ou seja, judeus, budistas, muçulmanos, “cristãos”, espíritas, candomblés, e etc.

As multidões daqueles que ouvem, ouvem, ouvem o evangelho, mas que ainda não creram no Senhor Jesus, Como Senhor, e Salvador de suas almas. Estas grandes multidões que são compostas por filhos de crentes, maridos de mulheres crentes, esposas de homens crentes, vizinhos de crentes, e etc.

Mas o Senhor Jesus também vê a grande multidão dos que ainda nunca ouviram falar Dele. Quantos neste mundo, que nunca ouviram falar do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Unigênito de Deus que veio ao mundo morrer numa terrível cruz, para poder salva-los da condenação eterna.



II. A reação do Senhor Jesus ante a visão da multidão.


O que me impressiona neste texto, não é somente o fato de o Senhor Jesus olhar as multidões, mas é o fato destas multidões causarem uma reação emotiva Nele. Mas que emoção maravilhosa o Senhor teve ao contemplar as multidões. Que fato extraordinário as multidões causaram uma comoção tão esplêndida no Senhor. Meu amado eu e você juntamente com todas as pessoas que compõe a humanidade mexemos com os sentimentos do Senhor. E que sentimentos!

O Senhor Jesus teve compaixão das multidões. É interessante observarmos a palavra que o Espírito Santo usa, ao inspirar o evangelista Mateus a descrever a reação de Cristo, ao contemplar as grandes multidões, Ele usa o adjetivo grande. Não foi simplesmente uma compaixão, mas foi grande compaixão.

A palavra compaixão vem da junção de dois termos “com” que significa junto, e “paixão” que neste caso significa sofrimento. Ou seja, compaixão significa sofrer juntamente, ver o sofrimento de alguém, se colocar no lugar deste alguém, e querer de alguma forma ajudá-lo a passar por aquele sofrimento, aliviando-o do mesmo. Compaixão é um sentimento de pesar despertado em nos ao contemplarmos o sofrimento de alguém.

É isto que Cristo sentiu, e é isto que Ele ainda sente, ao contemplar a humanidade. Ele tem grande compaixão da humanidade.

Mas uma coisa que me chama a atenção nesta declaração inspirada do evangelista Mateus e que me leva a uma questão importantíssima: O que estas multidões têm de tão especial para levar o Filho de Deus a ter grande compaixão delas? Talvez você não goste da resposta, mas é a mais pura verdade. Essa grande multidão não tem absolutamente nada de bom que venha a merecer a compaixão do Senhor Jesus. Antes pelo contrario ela tem somente adjetivos que merece o justo castigo de Deus.

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.
Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem”, (Romanos 1. 18-32).

Este texto de Romanos fala por si, não necessita de interpretação, ou explicação. Pois descreve a humanidade diante de Deus, humanidade da qual eu e você fazemos parte.

Esta humanidade não merece a compaixão do Senhor, eu não mereço a compaixão do Senhor, você não merece a compaixão do Senhor. Mas mesmo assim Ele tem compaixão de nós, mesmo que eu faça parte dessas multidões, e que tenha praticado as coisas terríveis que esta lista de Romanos menciona o Senhor teve compaixão de mim. O mesmo é para você meu amado, mesmo você fazendo parte destas grandes multidões, e praticando as coisas terríveis desta lista, o Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus Teve compaixão de você. Uma grande compaixão.



III. As características das grandes multidões que despertaram em Cristo essa grande compaixão.


Parece curioso este tópico, mas as grandes multidões tinham algo que despertou a grande compaixão do Senhor. Porem não foi suas extraordinárias qualidades, as grandes habilidades, nem as suas conquistas que despertaram a grande compaixão do Senhor Jesus Cristo. Apesar do grande avanço tecnológico, e das grandes descobertas da humanidade, do grande desenvolvimento humano. O que Cristo viu foi uma grande decadência, e uma grande miséria nas multidões. E é justamente estas características que Ele ainda vê em mim, em você, e em todos os seres humanos que habitam sobre toda a face da Terra.

O Senhor Jesus viu que eles andavam cansados e desgarrados. O Senhor Jesus na sua onisciência, viu e ainda vê o intimo do coração do ser humano. Ele viu o que cada uma daquelas pessoas viviam e sentiam no seu intimo. Os constantes conflitos internos, e externos que aquelas pessoas viviam, e que eu e você vivemos no nosso dia a dia. E qual era o efeito destas constantes batalhas, o cansaço físico, mental, psicológico, sentimental, e espiritual daquelas pessoas. Assim como Ele vê ,meu precioso amigo. O seu cansaço em todos os aspectos dos quais é constituído um se humano, ou seja, físico, mental, psicológico, sentimental e espiritual.

Mas talvez você possas dizer que não esta cansado em nenhum destes aspectos. Mas tenho que ser direto e claro com você. Você esta se enganando terrivelmente a si mesmo. Uma das provas que o ser humano esta cansado é o fato dele buscar desesperadamente um meio de dar sentido a existência da sua vida. Ou então insatisfação com tudo, o ser humano nunca esta satisfeito com o que tem, nem com o que ele é, nem com o que vive.

Mas o Senhor Jesus não viu somente o cansaço das multidões, Ele viu que eles estavam desgarrados. É impressionante esta observação de Cristo. A palavra “desgarrado” significa fora do caminho, ou sem direção. É o mesmo que perdido, desnorteado.
Isto fala da situação do homem perante Deus. Deus criou o homem para Sua glória, ou seja, para que o homem vivesse em total comunhão com Ele. Mas o homem rebelou-se contra Deus, e decidiu desobedecê-lo comendo da arvore do conhecimento do bem e do mal. Deus na sua santidade e justiça teve que expulsar o homem da sua presença. E o homem tentou organizar a humanidade fora da presença de Deus. Ou seja, o homem esta fora do caminho de Deus, esta desgarrado. Mas o que é mais maravilhoso nesta questão toda é a figura que Cristo usa para ilustrar esta verdade. Ele usa a figura da ovelha perdida, ou seja, esta grande multidão de pessoas que estão diante de nossos olhos, multidão esta que todos os seres humanos fazem parte, inclusive você, meu prezado leitor da palavra de Deus. Diante do Senhor Jesus Cristo elas são como ovelhas que não tem pastor. Assim como você também é uma ovelha que não tem pastor.

É impressionante esta comparação do Senhor Jesus Cristo diante da grande multidão. É muito comum em uma entrevista de emprego os que trabalham na área de recrutamento, que geralmente são psicólogos, perguntarem aos candidatos a emprego com que animal eles se identificam. As respostas a estas perguntas são muito variadas, pois depende do perfil psicológico de cada pessoa. Mas a maioria se identificam com o leão, a águia, o falcão, o urso, o cavalo, e etc.

Alguns se identificam com o leão, porque ele é símbolo de coragem, liderança, não subestima a sua presa, é forte, e impõe respeito. Pessoas que se identificam com este animal geralmente são colocados em cargos de responsabilidades, com algumas ressalvas, pois, o leão (macho) dorme enquanto a fêmea sai para a caça. Ou seja, é alguém que comanda, mas dorme enquanto os outros fazem o trabalho duro. E também na hora em que a fome o aperta, ele devora os próprios filhotes. Ou seja, no momento de crise ele é capaz de qualquer coisa para sobreviver, e se dar bem. Um empresário inescrupuloso geralmente se identifica com um leão.

Outros se identificam com a águia ou o falcão, consideradas as maiores aves de rapina. Elas têm visão aguçada, voam nas maiores alturas, e tem uma investida certeira sobre as suas presas. Geralmente as pessoas que identificam com estes animais, são colocadas em cargos de responsabilidade, porem são mais flexíveis, e não são apegadas ao emocionalismo, levando sempre as decisões para o lado racional. Um grande negociante, geralmente se identifica com a águia.

Já tem aqueles que se identificam com o cavalo, que é símbolo de força, trabalho, velocidade, lealdade, resistência, beleza, respeito, esforço. Pessoas que se identificam com este animal são colocados em cargos de supervisão, ou auxiliares de serviço geral, ou como integrantes de uma equipe. Estas pessoas são esforçadas, leais, responsáveis, perfeccionistas. São aqueles que chamamos de bons de serviço, pessoas que zelam por sua profissão.

Mas o interessante é que dificilmente alguém se identifica com uma ovelha, muito menos perdida. Pois a ovelha é símbolo de mansidão, de ternura, de submissão. Mas como a ovelha é um animal que não tem um sistema de defesa natural, ela é extremamente dependente de alguém que cuide, e a proteja dos seus predadores. Esse alguém no caso é o pastor. Por isso a figura usada por Cristo aqui é de ovelhas perdidas, pois a ovelha perdida é símbolo de fraqueza, debilidade, e perigo. A ovelha quando se perde ela fica vagando, pois não sabe achar o caminho de volta, então ela se cansa, neste caso ela deita ou cai num buraco, sendo uma presa fácil do lobo, ou do ladrão, isto sem falar que ela pode morrer de fome ou sede.

Meu amado olha para o que o Senhor Jesus Cristo esta dizendo. Talvez você vê a si mesmo. ou outras pessoas te vêem como um leão,uma águia, um urso ou um cavalo. Você se considera forte corajoso, valente, inteligente, responsável, e extremamente capaz. E no ponto de vista humano você realmente seja assim, e é muito bom isto. Mas o Senhor Jesus Cristo, que sabe quem você é no seu interior, do estado espiritual em que você se encontra, e do seu destino futuro. Ele diz que você é como uma ovelha que não tem pastor, ou seja, você esta cansado e desgarrado. Você esta correndo perigo, ou seja, se o ladrão ou o lobo aparecer quem vai te defender. Por mais capaz que você seja, quem vai te livrar da grande tribulação que vira sobre todo o mundo, (1ªTessalonicenses 5.2). Ou da morte física que selará o seu destino eterno. Por mais que lute, que batalhe, que conquiste. Um dia você vai morrer, o seu corpo será sepultado, mas o destino da sua alma qual será?


IV. A única solução para esta grande multidão.


Uma dos fatos mais maravilhosos Das Escrituras Sagradas, é de que ela apresenta um grande problema, mas ao mesmo tempo ela destaca a solução para o mesmo. No mesmo Evangelho de Mateus, o Senhor Jesus faz um maravilhoso convite. Ele diz: “Vide a mim, todos os que estais cansados sobrecarregados, e Eu vos aliviarei”, (Mt 11.28). Ou seja, o mesmo que vê as grandes multidões de pessoas cansadas, desgarradas, abatidas. É o mesmo que oferece alivio, descanso, consolo, perdão, salvação. Mas o interessante é que em um texto é o Senhor quem vê a grande multidão. No outro é o ser humano que tem que se conscientizar da sua própria situação perante Deus, e aceitar o convite de Cristo.

Você tem que abandonar a idéias que tem de si próprio. Tem que se arrepender do seu pecado, e confiar totalmente e exclusivamente no Senhor Jesus Cristo como o seu Senhor Salvador pessoal.

Agora diante daquilo que temos apresentado a você, talvez você possa se perguntar: Porque o Senhor Jesus se apresenta como o único que pode solucionar o meu maior problema, que é o de poder salvar a minha alma da condenação eterna?

É porque Ele é o Bom Pastor. E como o Bom Pastor Ele deu a sua vida em sacrifício no lugar das suas ovelhas, veja João 10.11. E o profeta Isaías descreve detalhadamente como foi terrível este momento solene em que Cristo se entregou por nós. Em Isaías 53. 4-12 nos diz assim:

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele à iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.”

O Senhor Jesus Cristo pode te salvar, pode ser o seu pastor, porque Ele levou sobre si na cruz do Calvário, todo o seu pecado, toda a sua iniquidade, toda a sua culpa. Ele pode dar o verdadeiro consolo, o verdadeiro descanso, a verdadeira vida.

Como você tem procurado preencher a grande necessidade de salvação em sua vida? Como você tem preenchido a falta de um pastor em sua vida, com O Bom Pastor, O Senhor Jesus Cristo, ou com os muitos falsos pastores que existem por ai? Você pode dizer como o rei Davi disse: “O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará”?

Quantos nessas grandes multidões que estão ainda cansados, sobrecarregados, desgarrados, ansiosos por achar descanso, mas que ainda rejeita o maravilhoso convite do Senhor Jesus. Se você ainda não creu no Senhor Jesus, se Ele ainda não é o seu Pastor, se você ainda esta perdido sem direção neste mundo. Arrependa dos seus pecados, reconhece a sua fragilidade e debilidade. Aceite o precioso convite do Senhor Jesus Cristo, que carinhosamente convida a você para ir do jeito que você se encontra, e Ele te aliviara de todo o cansaço espiritual, de todo o desespero, de dará um novo caminho, uma nova direção, uma nova vida.

Jesué da Silva Andrade.

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